Por Elizabeth Pineau e Ingrid Melander
PARIS (Reuters) - A presidente da Assembleia Nacional francesa, Yael Braun-Pivet, obteve nesta quinta-feira um segundo mandato, em votação que os aliados do presidente do país, Emmanuel Macron, esperam que vá impulsionar seu campo político a comandar o governo e derrotar a esquerda.
Braun-Pivet obteve 220 votos, enquanto que seu maior rival, o veterano comunista André Chassaigne, ficou com 207, em uma votação apertada que exigiu três turnos para ser decidida.
A câmara baixa do Parlamento se reuniu pela primeira vez desde a inconclusiva eleição deste mês, quando a Nova Frente Popular, de esquerda, ficou inesperadamente no primeiro lugar, à frente do centro de Macron e da extrema-direita, liderada por Marine Le Pen. Nenhum grupo, contudo, obteve maioria.
Eleger o presidente da Assembleia, que é responsável por organizar a agenda da Casa e comandar os debates, é normalmente uma formalidade. No entanto, ter o cargo agora se mostra mais importante, com um Macron enfraquecido e muita incerteza sobre a formação de um próximo governo e quão efetivo ele pode ser com um Parlamento dividido.
Apesar de não oferecer certezas, a votação pode dar pistas sobre a possibilidade de formação de um governo de coalizão, e quais seriam as colorações de tal acordo.
“Não temos escolha: temos de nos dar bem, cooperar, buscar o entendimento, conversar com o outro e seguir em frente”, afirmou Braun-Pivet em comunicado, após o resultado da votação ser anunciado.
A parlamentar de 53 anos foi a candidata do grupo Juntos, de Macron, que pretende chegar a um acordo com outras legendas tradicionais para a formação de um governo, que pode incluir partes da Nova Frente Popular, mas excluir o França Insubmissa, de extrema-esquerda.
Após a escolha da presidente, agora as atenções se voltam para quem vai comandar o governo.
O primeiro-ministro de centro Gabriel Attal renunciou, mas permanece no cargo de forma interina. O governo provisório pode estar no poder durante e depois da Olimpíada de Paris, que ocorrerá entre 26 de julho e 11 de agosto.
(Reportagem de Elizabeth Pineau e Ingrid Melander em Paris)