Por Bozorgmehr Sharafedin
DUBAI (Reuters) - Centenas de milhares de iranianos se reuniram no centro de Teerã nesta terça-feira para o funeral do ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani, em uma demonstração de unidade para honrar uma figura pragmática e polarizadora da República Islâmica.
Rafsanjani, que morreu no domingo aos 82 anos, foi enterrado próximo ao aiatolá Ruhollah Khomeini, que liderou a Revolução Islâmica no país em 1979 e fundou o sistema de governo teocrático do Irã.
As políticas pragmáticas de liberalização econômica e de melhor relacionamento com o Ocidente promovidas por Rafsanjani atraíram tanto fiéis apoiadores quanto ferrenhos críticos durante sua vida, mas seu funeral uniu ambos os lados na demonstração de solidariedade e unidade.
Popularmente conhecido como “pilar da Revolução”, ele teve grande influência em órgãos decisórios do sistema político iraniano.
Em uma medida vista à época como compartilhamento de poder, ele teve um papel significativo em 1989 na indicação do aiatolá Ali Khamenei para suceder Khomeini como novo líder supremo do Irã.
Rafsanjani foi eleito como novo presidente poucos meses depois.
No entanto, a amizade entre eles gradualmente se tornou rivalidade, à medida que o pragmático presidente se aliou a reformistas que promoviam liberdades no país, ao passo que Khamenei seguiu uma interpretação conservadora dos valores fundamentais da República Islâmica.
Em uma mensagem de condolências, Khamenei disse que as diferenças políticas nunca conseguiram “romper inteiramente” seus quase 60 anos de amizade com Rafsanjani.