MOSCOU (Reuters) - O serviço de prisão da Rússia deu a Alexei Navalny, crítico do Kremlin, um ultimato de última hora nesta segunda-feira: volte de uma vez da Alemanha e se reporte a um escritório de Moscou na manhã de terça-feira ou será preso se retornar após este prazo.
Navalny, um dos maiores críticos do presidente russo, Vladimir Putin, foi levado de avião à Alemanha para ser tratado depois de desmaiar durante um voo, no que a Alemanha e outros países ocidentais dizem ter se tratado de uma tentativa de assassiná-lo com um agente nervoso Novichok.
A Rússia disse não ter visto nenhum indício de que ele foi envenenado e nega qualquer envolvimento no incidente.
O Serviço Federal de Prisões (FSIN) acusou Navalny nesta segunda-feira de violar os termos de uma pena de prisão suspensa que ainda está cumprindo, resultante de uma condenação de 2014, e de se furtar à supervisão da autoridade de inspeção criminal da Rússia.
Citando um artigo do periódico médico britânico The Lancet sobre seu tratamento, o FSIN disse que Navalny teve alta de um hospital de Berlim em 20 de setembro e que todos os sintomas do que classificou como sua doença já haviam desaparecido em 12 de outubro.
"Portanto, o condenado não está cumprindo todas as obrigações impostas a ele pelo tribunal, e está se furtando à supervisão da Inspetoria Criminal."
Navalny cumpre uma pena de prisão suspensa de três anos e meio decorrente de um caso de roubo que ele disse ter motivação política. Sua condicional termina no dia 30 de dezembro.
(Por Tom Balmforth)