Por Larry Fine
NOVA YORK (Reuters) - O ministro do Esporte, George Hilton, afirmou que o país está no caminho certo na preparação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, e está confiante que o evento vai deixar um legado, ao contrário do que aconteceu com a Copa do Mundo.
Após o Mundial do ano passado, muitos dos 12 estádios construídos ou reformados para o torneio estão sem uso, o que levanta dúvidas sobre a utilização dos locais da Olimpíada.
"Diferentemente da Copa do Mundo, estamos deixando um legado", disse Hilton em entrevista na redação da Reuters na quarta-feira, através de um intérprete.
"Nós estamos construindo áreas de treinamento em todo o país, de modo que não estamos só construindo locais de competição para os atletas, mas também para qualquer iniciante que queira ser um atleta."
"Estamos criando o que chamamos de centros esportivos de iniciação, que são ginásios onde crianças podem aprender até 20 esportes diferentes... então, crianças de áreas mais pobres podem ir e aprender esportes", completou.
O ministro, que assumiu a pasta neste ano ao substituir Aldo Rebelo, responsável pela coordenação dos preparativos para o Mundial, disse que todos os locais estão agora no cronograma e que confia que os Jogos serão produzidos dentro do orçamento de 13 bilhões de dólares.
Um dos obstáculos enfrentados pela organização da Olimpíada é a limpeza da Baía de Guanabara, onde será realizada a competição de vela. Recentemente, a Lagoa Rodrigo de Freitas também apresentou um problema ambiental, com cerca de 50 toneladas de peixes mortos no local onde ocorrerão as provas de remo e canoagem.
"O governo (do Rio de Janeiro) está trabalhando muito duro para limpar a poluição das águas e acabamos de saber que eles construíram 14 barreiras ecológicas adicionais para evitar a poluição, por isso temos a certeza de que o governo do Rio de Janeiro vai fazer o seu trabalho", afirmou.
O governo do Rio, no entanto, já admitiu que não cumprirá a meta inicialmente planejada de tratar 80 por cento dos resíduos descartados na Baía de Guanabara.
TOP 10
Depois de navegar em questões sobre preocupações com os preparativos, os olhos do ministro brilham ao falar do objetivo do Brasil em terminar a Olimpíada entre os 10 primeiros no quadro de medalhas.
"Esperamos estar no top 10 no quadro de medalhas para a Olimpíada e no top cinco para os Jogos Paralímpicos", declarou ele.
O Brasil nunca terminou nas 10 primeiras colocações, ficando em 22º em Londres-2012, com três medalhas de ouro, cinco de prata e nove de bronze. Em Pequim-2008, o país ficou em 23º.
Hilton se disse otimista com as chances brasileiras no judô, vôlei, basquete, atletismo e handebol, e prevê que o país vai surpreender no tiro com arco e canoagem. Segundo ele, um objetivo especial para o Brasil é conquistar o primeiro ouro olímpico no futebol.
Ao pintar um quadro otimista sobre os preparativos e expectativas, o ministro disse ainda que os brasileiros estão muito animados com os Jogos Olímpicos.
"A população brasileira está muito entusiasmada", disse. "Esperamos vender mais de sete milhões de ingressos para os Jogos, então o povo brasileiro está realmente ansioso por isso, o intercâmbio, a partilha de experiências, ter outras nacionalidades e outras culturas em nosso país", acrescentou.