Por Brian Homewood
LAUSANNE, Suíça (Reuters) - O Comitê Olímpico Internacional (COI) vai realizar uma pesquisa própria para avaliar o apoio da população aos Jogos Olímpicos de 2024 em cada uma das cinco cidades candidatas a sediar o evento, disse o presidente da entidade, Thomas Bach, nesta quarta-feira.
Budapeste, Hamburgo, Los Angeles, Paris e Roma foram apresentadas oficialmente nesta quarta-feira como candidatas a sediar os Jogos, um grupo que Bach descreveu como forte e diversificado.
O COI foi abalado por uma campanha decepcionante para receber os Jogos de Inverno de 2022, depois que St Moritz/Davos, Munique e Cracóvia desistiram de lançar candidatura ou abandonaram a disputa após referendos em que a população se posicionou contra a proposta.
Para reviver o interesse, o comitê adotou uma série de reformas sob a bandeira "Agenda 2020", destinadas a tornar mais fácil se candidatar e menos cara a realização dos Jogos Olímpicos.
"O COI quer enviar os atletas apenas a cidades onde eles sejam bem-vindos, e é por isso que o apoio público a uma candidatura é tão importante", disse Bach à Reuters em entrevista na sede do COI.
"Para assegurar a medição deste apoio público, o COI está fazendo suas próprias pesquisas confidenciais ao mesmo tempo em todas as cinco cidades candidatas, para que possamos obter um resultado objetivo que possamos comparar. Cabe à cidade demonstrar esse apoio."
Hamburgo é até agora a única cidade a ter planos de realizar um referendo, marcado para 29 de novembro e com a expectativa de um forte voto a favor dos Jogos.
"Congratulamo-nos com as cidades por esses resultados, mas, a fim de ter a certeza, de ser neutros, a fim de sermos objetivos, fazemos nosso próprio trabalho", disse Bach.
O dirigente afirmou que a etapa dos preparativos de candidaturas para 2024, incluindo uma chamada fase de convite em que as cidades candidatas puderam discutir sua proposta com o COI, mostrou que o novo processo tem sido um sucesso.
"Com essa agenda 2020 nós mudamos todo o procedimento para ser candidato", disse.
Pelas novas regras, as cidades candidatas também têm de cumprir os requisitos sobre antidiscriminação e direitos trabalhistas.
"O que nós queremos incentivar com os Jogos Olímpicos, e o que queremos demonstrar, é que os Jogos Olímpicos podem servir como uma espécie de exemplo para uma sociedade pacífica, sem qualquer tipo de discriminação, com uma cobertura livre pela mídia."