WASHINGTON (Reuters) - Steve Witkoff, enviado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o Oriente Médio, disse nesta quarta-feira que fará parte de uma equipe de "inspetores externos" enviados para a Faixa de Gaza e arredores para garantir a segurança após o cessar-fogo firmado entre Israel e militantes do Hamas.
Os comentários de Witkoff à emissora Fox News parecem ter sido a primeira confirmação pública do uso de inspetores externos em Gaza que havia sido planejado, incluindo a presença de autoridades dos EUA.
Israel e o Hamas fecharam um acordo em várias fases na semana passada para cessar fogo e libertar reféns mantidos pelos militantes, após meses de mediação de EUA, Catar e Egito. Trump exigiu um acordo antes de assumir o cargo em 20 de janeiro. O acordo entrou em vigor em 19 de janeiro.
Witkoff afirmou à Fox que está concentrado em garantir que o acordo passe de sua fase inicial de seis semanas para a segunda fase, que, segundo os mediadores, deve incluir a libertação de todos os reféns restantes e a retirada completa de soldados israelenses.
"Na verdade, estou indo para Israel. Farei parte de uma equipe de inspeção no corredor Netzarim e também no corredor Filadélfia", disse Witkoff.
Netzarim é uma faixa leste-oeste que Israel liberou durante a guerra e que impede a livre circulação de palestinos entre o norte e o sul de Gaza. Filadélfia é uma estreita faixa de fronteira entre Gaza e o Egito.
"É lá que você tem supervisores externos, para garantir que as pessoas estejam seguras e que as pessoas que estão entrando não estejam armadas e que ninguém tenha motivações ruins", acrescentou Witkoff.
Ele não disse quem mais poderia fazer parte da equipe de inspeção. Os ministérios militares e da defesa de Israel não responderam aos pedidos de comentários em um primeiro momento.
(Reportagem de Rami Ayyub, em Washington, e reportagem adicional de Emily Rose, em Jerusalém)