Por Orhan Coskun
ANCARA (Reuters) - O governo do presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, está inclinado a realizar as eleições no país conforme agendadas em junho, depois de chegar a pensar em um adiamento devido ao terremoto devastador deste mês, disseram autoridades à Reuters nesta quarta-feira.
No mês passado, Erdogan disse que anteciparia as eleições presidenciais e parlamentares para maio para evitar feriados nacionais em junho. As pesquisas sugerem que o pleito será seu maior desafio eleitoral até agora.
Dias depois do terremoto de 6 de fevereiro, que matou mais de 42.000 pessoas na Turquia, uma autoridade disse que a catástrofe representava "sérias dificuldades" para a realização das eleições no prazo. Agora, pessoas próximas ao presidente dizem que o governo se voltou contra a ideia de um adiamento.
"É muito provável que se chegue a um acordo sobre a realização da eleição em 18 de junho", disse uma autoridade governamental, acrescentando que Erdogan e seu aliado nacionalista Devlet Bahceli se encontrarão para chegar a uma decisão final.
Ele disse que a ideia de adiamento foi abandonada pela percepção de que o governo estava evitando as eleições, pela resposta negativa da oposição à proposta e por questões legais relacionadas à Constituição.
A Presidência e o Partido AK, de Erdogan, não responderam imediatamente a um pedido de comentário sobre a data da eleição.
Antes do desastre, a popularidade de Erdogan havia sido corroída pelo alto custo de vida e uma queda da lira. Desde então, ele enfrentou uma onda de críticas sobre a resposta de seu governo ao terremoto mais mortal da história moderna do país.
Uma autoridade do governo disse que uma eleição em maio, como Erdogan planejava anteriormente, deixaria pouco tempo para as autoridades eleitorais se prepararem e fazerem arranjos logísticos para a votação dos afetados na zona do terremoto, lar de cerca de 13 milhões de pessoas.
(Reportagem de Orhan Coskun)