Por Megan Rowling
LONDRES (Thomson Reuters Foundation) - Os ministros que estão trabalhando em um novo acordo da Organização das Nações Unidas (ONU) para lidar com a mudança climática, que deve ser firmado em dezembro, precisam de um texto mais curto e mais administrável do que o rascunho atual para negociar, disse um diplomata envolvido nas negociações, após conversas informais em Paris.
"Precisa ser algo que as pessoas consigam entender, com o qual consigam trabalhar e a partir do qual consigam negociar", disse o ministro das Relações Exteriores das Ilhas Marshall, Tony de Brum, à Thomson Reuters Foundation, por telefone da França.
A versão atual do esboço do texto é um documento de 85 páginas de opções, incorporando as exigências das quase 200 nações que participam do processo. Na última rodada de conversas formais da ONU em junho, os negociadores reduziram o documento somente em algumas poucas páginas e encarregaram os vice-representantes de prepararem uma nova versão, que deve ser apresentada na sexta-feira.
Esse documento extra-oficial deve deixar o texto mais objetivo e pode proporcionar uma estrutura maior para se organizar os elementos do rascunho na forma de um acordo legal em potencial a ser acompanhado de uma série de decisões.
A mensagem da reunião de dois dias desta semana em Paris entre delegações de quase 40 países, incluindo 26 com seus ministros, e de um encontro anterior das maiores economias do mundo foi que o texto de negociação deveria ser curto – cerca de 40 páginas – e ambicioso, afirmou De Brum.
"Os ministros deveriam ter algo para levar adiante com o qual estão de acordo", acrescentou.
A França está realizando um grande esforço diplomático para evitar uma repetição da cúpula climática da ONU de 2009 em Copenhagem, na qual os líderes não estavam dispostos a selar um acordo tão complexo e foram obrigados a costurar um pacto voluntário de última hora.