Por David Alexander e Jonathan Landay
WASHINGTON (Reuters) - O escolhido do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para comandar a CIA descreveu nesta quinta-feira diversos desafios que os EUA enfrentam, desde uma Rússia agressiva, passando pelo Irã até uma China que disse estar criando "tensões reais".
Divergindo da posição de Trump de buscar laços mais próximos com a Rússia, Mike Pompeo disse que a Rússia está "se afirmando agressivamente" ao invadir e ocupar a Ucrânia, ameaçando a Europa e "fazendo quase nada" para destruir o Estado Islâmico.
Pompeo, membro republicano da Câmara dos Deputados e ex-oficial do Exército, falava no Senado durante o início de sua audiência para confirmação.
Em discurso preparado de abertura, Pompeo destacou que a CIA não realiza políticas em qualquer país, acrescentando que "é uma decisão política assim como o que fazer com a Rússia, mas será essencial que a Agência dê para quem decide as políticas inteligência precisa e análises claras de atividades russas".
O depoimento acontece em um momento em que Trump, republicano que assume a Presidência em 20 de janeiro, rivaliza abertamente com as agências de inteligência dos EUA.
Durante semanas, o presidente eleito questionou a conclusão das agências de inteligência de que a Rússia fez hacking e usou outras táticas para tentar alterar o curso da eleição presidencial de 2016 a seu favor. Na quarta-feira, Trump disse que a Rússia está por trás do ataque hacker, mas que outros países também estão realizando ataques cibernéticos contra os EUA.
Nesta semana, Trump criticou furiosamente autoridades da inteligência acusando vazamento de um dossiê que faz alegações não verificadas a respeito de suas relações na Rússia.