Por Tom Hals
WILMINGTON, Estados Unidos (Reuters) - Os Escoteiros da América disseram nesta terça-feira que entraram com pedido de recuperação judicial em meio a uma enxurrada de ações civis provocadas por alegações de abuso sexual infantil que remontam a décadas.
O pedido de recuperação judicial não deve afetar os programas da organização, que promove a autoconfiança por meio de atividades ao ar livre, como caminhadas e acampamentos. O grupo já enfrentava dificuldades com a queda de filiações e uma polêmica sobre a admissão de gays e membros do sexo feminino.
Sediados em Irving, no Texas, os Escoteiros disseram que se desculpam sinceramente a qualquer pessoa afetada, que acreditam nos acusadores e que estimula as vítimas a se pronunciarem.
Fundada em 1910, a organização foi abalada pelas centenas de queixas depois que vários Estados, incluindo Nova York, retiraram obstáculos legais que impediam as pessoas de abrir processos em reação a alegações antigas de abuso sexual.
As alterações na lei coincidiram com o movimento #MeToo e uma mudança na opinião pública, que passou a apoiar mais os acusadores. O resultado foi uma onda de ações civis contra líderes da Igreja, médicos e escolas, além dos Escoteiros.
Os Escoteiros disseram em um comunicado que "podemos nos mostrar à altura de nossa responsabilidade social e moral de indenizar justamente as vítimas" e ao mesmo tempo "também garantir o cumprimento de nossa missão de servir jovens, famílias e comunidades locais através de nossos programas".