LONDRES (Reuters) - A Escócia pode suspender sua busca pela independência caso o Reino Unido evite uma saída “brusca” da União Europeia, sob a qual o país perderia acesso ao mercado único da UE, afirmou a chefe do governo escocês nesta sexta-feira.
Nicola Sturgeon disse que ela quer que a Escócia permaneça membro da UE, mas estava aberta a encontrar um acordo sobre o chamado Brexit que seja adequado para todas as partes do Reino Unido.
Embora o Reino Unido tenha votado, com uma apertada margem, a favor da saída da UE em um referendo em junho do ano passado, eleitores escoceses votaram pela sua permanência com uma margem de dois para um.
No mês passado, o governo escocês estabeleceu sua posição sobre o Brexit, a qual inclui a opção preferida por Nicola, de que a Escócia se torne independente e permaneça na UE.
“Estive disposta, e estou disposta, a colocar de lado minha opção preferencial de independência para ver se podemos explorar um consenso e uma opção de compromisso”, disse Sturgeon à rádio BBC.
Ela acrescentou, no entanto, que qualquer suspensão na busca pela independência seria algo temporário.
“Eu nunca vou parar de argumentar a favor da independência”, disse ela. “Acredito que a Escócia se tornará independente e acho que essa é a direção a se seguir.”
A primeira-ministra britânica, Theresa May, pretende lançar até o fim de março um processo de negociação com duração de dois anos para que o Reino Unido deixe a UE, e alguns membros de seu governo sugeriram que as conversas podem incluir um pagamento para se ter acesso ao mercado único.
No entanto, um ex-representante do Reino Unido na Comissão Europeia alertou, nesta sexta-feira, que os britânicos não poderão comprar acesso ao mercado único após sua saída da UE, lançando dúvidas sobre os planos do governo e seu relacionamento futuro com o bloco.
(Por Andy Bruce)