Por Nidal al-Mughrabi, Mohammad Salem e Maayan Lubell
CAIRO/GAZA/JERUSALÉM, 5 Jul (Reuters) - Os esforços para garantir um cessar-fogo e a libertação de reféns em Gaza estavam ganhando força na sexta-feira, depois que o Hamas fez uma proposta revisada sobre os termos de um acordo e Israel disse que retomaria as negociações paralisadas.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na quinta-feira, que enviaria uma delegação para retomar as negociações, e uma autoridade israelense disse que a equipe de seu país seria liderada pelo chefe da agência de inteligência Mossad.
Uma fonte da equipe de negociação de Israel, falando sob condição de anonimato, disse que havia uma chance real de se chegar a um acordo depois que o Hamas apresentou sua proposta revisada sobre os termos de um acordo, recebida por Israel na quarta-feira.
"A proposta apresentada pelo Hamas inclui um avanço muito significativo", declarou a fonte, falando sob condição de anonimato e sem dar detalhes.
A resposta israelense à proposta do Hamas, apresentada por meio de mediadores, foi um contraste marcante com ações anteriores durante a guerra de quase nove meses em Gaza, quando Israel disse que as condições impostas pelo grupo militante islâmico não eram aceitáveis.
Uma autoridade palestina próxima aos esforços de paz mediados internacionalmente afirmou à Reuters que a nova proposta do Hamas poderia levar a um acordo-quadro se fosse aceita por Israel.
Ele disse que o Hamas não estava mais exigindo como pré-condição um compromisso israelense de cessar fogo permanente antes da assinatura de um acordo, e permitiria que as negociações alcançassem esse objetivo durante uma primeira fase de seis semanas.
"Se os lados precisarem de mais tempo para fechar um acordo sobre um cessar-fogo permanente, os dois lados devem concordar que não haverá retorno aos combates até que façam isso", disse a autoridade, que pediu para não ser identificada.
O Hamas já havia dito anteriormente que qualquer acordo tem que pôr fim à guerra e levar a uma retirada israelense total de Gaza, e buscava a libertação de prisioneiros palestinos mantidos em Israel em troca de reféns israelenses mantidos em Gaza.
Israel já avisou que aceitará apenas pausas temporárias nos combates até que o Hamas, que governa a pequena e densamente povoada Faixa de Gaza, seja erradicado.
Fontes egípcias reconheceram que houve uma mudança, mas sugeriram que a questão central do compromisso com um cessar-fogo permanente ainda estava pendente.
Autoridades de saúde de Gaza afirmam que mais de 38.000 palestinos foram mortos na ofensiva israelense lançada em resposta a um ataque liderado pelo Hamas contra Israel no dia 7 de outubro, no qual, segundo Israel, 1.200 pessoas foram mortas e mais de 250 foram feitas reféns.
A guerra causou uma crise humanitária em Gaza e aumentou a tensão na região, provocando frequentes trocas de disparos na fronteira norte de Israel com o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, no Líbano.
O Hezbollah disse na sexta-feira que seu líder, Sayyed Hassan Nasrallah, e um autoridade de alto escalão do Hamas, Khalil Al-Hayya, se reuniram para discutir os últimos acontecimentos em Gaza. Ele não forneceu detalhes sobre o resultado.