BAGDÁ (Reuters) - Militantes do Estado Islâmico "massacraram" cerca de 80 integrantes da minoria iraquiana yazidi em uma vila no norte do Iraque, disseram um parlamentar yazidi e duas autoridades curdas nesta sexta-feira.
"Eles chegaram em veículos e começaram a matança deles nesta tarde", afirmou o curdo Hoshiyar Zebari à Reuters. "Nós acreditamos que é por causa da sua crença: converter ou morrer."
Um parlamentar yazidi e outro funcionário curdo também disseram que as mortes ocorreram e que mulheres da aldeia foram sequestradas.
Um avanço realizado por militantes do Estado Islâmico em direção ao norte do Iraque para a fronteira com a região curda alarmou o governo de Bagdá, o que levou aos primeiros ataques aéreos dos Estados Unidos desde o fim da ocupação norte-americana em 2001 e fez com que dezenas de milhares de yazidis e cristãos fugissem para salvar suas vidas.
O parlamentar yazidi Mahama Khalil disse que falou com os moradores que sobreviveram ao ataque. Eles contaram que os assassinatos ocorreram durante um período de uma hora.
O morador de um vilarejo próximo afirmou que um combatente do Estado Islâmico da mesma região deu detalhes a ele sobre a violência.
"Ele me disse que o Estado Islâmico passou cinco dias tentando convencer os moradores a se converter ao islamismo e que um longo sermão foi proferido sobre o assunto hoje", disse o morador.
"Ele, então, disse que os homens foram agrupados e mortos a tiros. As mulheres e meninas provavelmente foram levadas para Tal Afar, porque é onde os combatentes estrangeiros estão."
Os números não puderam ser confirmados de forma independente.
Militantes do Estado Islâmico mataram pelo menos 500 membros da minoria étnica yazidi durante a ofensiva no norte do Iraque, disse o ministro iraquiano de Direitos Humanos, Mohammed Shia al-Sudani, à Reuters no domingo.
(Reportagem de Isabel Coles, Michael Georgy e Raheem Salman)