Por John Irish
PARIS (Reuters) - Os 193 Estados membros da agência cultural das Nações Unidas devem apoiar o retorno dos Estados Unidos à entidade quase cinco anos depois que o então presidente norte-americano, Donald Trump, se retirou devido a acusações de viés anti-Israel e má administração.
A agência com sede em Paris, fundada nas cinzas da Segunda Guerra Mundial para proteger a herança cultural comum da humanidade, ficou sob turbulência depois que os Estados Unidos -- que forneciam um quinto de seu financiamento -- se retiraram.
O Departamento de Estado dos EUA indicou em uma carta datada de 8 de junho que quer voltar à organização em julho como membro pleno e que pretende pagar 619 milhões de dólares em atraso em parcelas ao longo de vários anos. Os Estados membros tomarão sua decisão em uma sessão extraordinária na quinta e na sexta-feira.
"Desde nossa retirada da Unesco em 31 de dezembro de 2018, temos observado os esforços da Unesco para implementar reformas administrativas e de gerenciamento importantes, bem como seu foco em diminuir o debate politizado, especialmente sobre questões do Oriente Médio", disse a carta dos EUA, vista pela Reuters.
A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, tem buscado aliviar algumas das tensões e polarizações políticas, além de administrar melhor a organização financeiramente, ao mesmo tempo em que procura maneiras de preencher a lacuna financeira deixada pela saída de Washington.
"Isso vem depois de muito trabalho para persuadir, educar e explicar sobre as realidades atuais da Unesco", disse Azoulay, que é francesa, a repórteres, acrescentando que ela fez contato pessoalmente com parlamentares norte-americanos por vários meses.