SÃO PAULO (Reuters) - Há algo muito errado em uma animação voltada à família quando uma raça alienígena invade a Terra e coloca os humanos em campos de concentração. Pior: a única sobrevivente só faz amizade com o extraterrestre-protagonista porque ele não é bem-visto por sua espécie.
Em linhas gerais, "Cada um na sua Casa" é até bem-humorado, sensível e mesmo ágil, se não fosse a mensagem que carrega. Na versão original em inglês, tem as vozes de Jim Parsons (Oh), Rihanna (Tip), Steve Martin (Smek) e Jennifer Lopez (Lucy), mas a maioria das cópias que circulam no Brasil são mesmo dubladas. Também há versão 3D.
Na história, Oh faz parte de uma raça alienígena que, acostumada com o auto-engano, invade planetas para "benefício de seus nativos". Isso significa desalojá-los e enviá-los para qualquer lugar que não seja entre eles. Neste caso, a Austrália.
Na invasão, a humana adolescente Tip (cuja mãe, Lucy, foi sequestrada) fica pelo caminho. É quando conhece Oh, desajustado e, em linguagem corrente, "sem noção", que foge de seus pares por ter enviado um convite de boas-vindas (open house) aos inimigos de sua raça. A Terra pode ser conquistada, portanto, uma segunda vez graças a ele.
Embora não seja violenta, há uma agressividade passiva na animação. Repleta de conflitos, a fantasia pode gerar desconforto e tensão, por conta de uma certa dose de leviandade.
Tecnicamente bem-produzido pela DreamWorks, que carrega bastante na publicidade do filme, "Cada um na sua Casa" mostra como uma invasão alienígena pode ser engraçada, mas não menos agressiva para o público infantil.
(Por Rodrigo Zavala, do Cineweb)
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