SÃO PAULO (Reuters) - Veja um resumo dos principais filmes que estreiam nos cinemas do país nesta semana:
"TEMPESTADE – PLANETA EM FÚRIA"
- Os trailers promocionais de “Tempestade – Planeta em Fúria” resumem bem os 109 minutos de duração do filme-catástrofe, no qual os efeitos especiais desempenham cada vez mais protagonismo, relegando a segundo plano roteiros criativos e interpretações convincentes.
No filme de Dean Devlin (produtor de “Independence Day” e “Godzilla”), o tema é a destruição do planeta por fenômenos naturais, controlados graças a um sistema internacional de satélites, monitorados por uma estação espacial que intervém para evitar cataclismos, como enchentes, tornados, tempestades de neve, superaquecimento.
O criador do sistema é Jake Lawson (Gerard Butler), cientista durão que coleciona inimigos e acaba por ser afastado do comando do projeto. Mas falhas suspeitas o reconduzem à operação: uma vila no Afeganistão é destruída por congelamento, Hong Kong sofre com o superaquecimento e até o Rio de Janeiro está ameaçado. Para impedir que o sistema entre em colapso e destrua o planeta, ele terá que contar com a ajuda do irmão, Max (Jim Sturgess), com quem está rompido e que trabalha no governo americano, e da namorada de Max, Sarah (Abbie Cornish), da equipe de segurança do presidente.
"BOM COMPORTAMENTO"
- O ator Robert Pattinson, a esta altura, já deixou para trás o famoso vampiro da série “Crepúsculo” e, a cada novo filme, se estabelece como um ator sério e comprometido. Em “Bom Comportamento”, ele é um ladrão de banco não muito competente com um irmão com problemas mentais (Benny Safdie) que coloca em risco todo um roubo.
Dirigido pelos irmãos Benny e Josh Safdie, o filme é uma homenagem à urgência de um cinema americano dos anos de 1970 – como “Um Dia de Cão” e “Taxi Driver” – e se transforma numa longa jornada noite adentro quando o protagonista tenta salvar o irmão, que acabou preso.
A dupla de diretores dirige com pulso firme e cria um filme tingido por tons de luzes de neon, seguindo uma tentativa desesperada de seu personagem de salvar o seu mundo, que está ruindo. Tudo funciona muito bem, mas nada teria dado certo não fosse a inspirada interpretação de Pattinson. É com ele que o filme realmente pulsa.
"DE VOLTA PARA CASA"
- Reese Witherspoon é Alice, filha de um diretor de cinema cult, em crise no casamento, que, perto de completar 40 anos, muda-se de Nova York para Los Angeles para morar na casa de infância e enfrenta as dificuldades habituais para reiniciar a vida, com as duas filhas.
Alice conhece em um bar três cineastas, que estão na cidade em busca de produtores para rodar seu primeiro filme, e acaba se envolvendo com Harry (Pico Alexander), o jovem diretor da turma. O fato de ele ser muito mais novo deixa Alice em conflito, mas não impede que o affair se prolongue em sua casa, já que ela concorda em hospedar o trio de amigos, que não têm para onde ir.
A mãe de Alice, Lillian (Candice Bergen), musa dos últimos filmes do marido, é quem mais estimula a permanência dos estranhos em casa. E a experiência parece agradar a todos, menos Austen (Michael Sheen), o marido de Alice que está em Nova York e, enciumado, decide aparecer e reconquistar a mulher.
É muita confusão para Alice administrar nessa comédia romântica na qual ela não é mais a jovenzinha de “Legalmente Loira”, mas continua uma mulher atraente e apaixonante, sempre no centro das atenções.
"A GUERRA DOS SEXOS"
- Em 1973, o tenista Bobby Riggs (Steve Carell) desafiou publicamente a tenista Billie Jean King (Emma Stone) a uma partida para provar que os homens eram melhores do que as mulheres. Naquele momento, ela era uma das maiores do mundo e ele havia sido um campeão passado, mas agora esquecido.
Dirigido por Valerie Faris e Jonathan Dayton (os mesmos do cult “Pequena Miss Sushine”), mais do que recriar aquela partida icônica, o filme reconstrói um momento da história da luta das mulheres pela igualdade que ecoa até hoje. Se o resultado da partida é mais do que conhecido, o longa investe nos bastidores e na posição de cada um dos esportistas.
Carell encontra um meio-termo entre a caricatura e o grotesco de Bobby, que se auto-intitulava um “porco chauvinista”. Já Emma brilha como a tenista inteligente que luta por melhores condições de trabalho para as mulheres. Dadas as circunstâncias, não é difícil torcer por ela.
"A COMÉDIA DIVINA"
- Livremente inspirado em um conto de Machado de Assis (“A Igreja do Diabo”), o diretor Toni Venturi – mais conhecido por filmes densos com temática política, como “Cabra cega” –, envereda pelo humor negro em “A Comédia Divina”. Um dos méritos do filme é escancarar de forma ácida o shopping center da fé, escalando o próprio diabo para inaugurar sua congregação religiosa, quando percebe que está perdendo adeptos e, com isso, tendo sua imagem enfraquecida, o que não é nada bom para os negócios em tempos de redes sociais.
Outro mérito é escalar Monica Iozzi para o papel de Raquel, que se deixa seduzir pelo demônio (Murilo Rosa) e acaba, ingenuamente, ajudando-o em sua estratégia de marketing, como repórter de uma emissora de TV. E nesse ponto o filme mostra como o marketing está por trás de tudo, principalmente das causas indefensáveis.
Ao entrevistar o capeta, sem se dar conta Raquel dá início ao plano diabólico para torná-lo uma celebridade e enaltecer a luxúria, a gula, a soberba, a vaidade e os demais pecados capitais. No Paraíso, Deus (Zezé Motta) deixa a história rolar, a espera que os próprios mortais percebam a enrascada em que estão se metendo ao frequentar a nova igreja. Mas um antigo namorado de Raquel, Lucas (Thiago Mendonça), que também trabalha na emissora de TV, pode ter a chave para enfrentar o demônio. No céu, Deus só observa.
(Por Alysson Oliveira e Luiz Vita, do Cineweb)
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