SANAA (Reuters) - Militantes da etnia houthi, aliados do Irã, divulgaram vídeos feitos pelos seus combatentes antes de serem mortos em ação, o que enfatizou a natureza sectária do conflito no Iêmen.
O grupo muçulmano xiita tomou a capital, Sanaa, e grande parte do norte em setembro, e desde então combate tribos sunitas apoiadas por militantes da Al Qaeda nas montanhas centrais do Iêmen, um conflito no qual dezenas de pessoas são mortas todas as semanas.
Dezesseis vídeos publicados na Internet pelo canal houthi Al-Masira na aparente tentativa de elevar a moral mostram combatentes barbudos com turbantes verdes brandindo rifles, exortando a obediência a seu líder, Abdel Malik al-Houthi, e louvando a morte na causa da "guerra santa".
"Esta é minha mensagem aos inimigos da nação islâmica: estamos preparados para encará-los, se Deus quiser, e que Deus nos ajude. Peço a Ele que nos conceda o martírio em seu nome", diz Yahya Abdullah al-Thaan, descrito em uma legenda como "mártir".
Uma declaração dos houthis afirmou que os vídeos são parte de uma comemoração de uma semana em honra aos combatentes tombados na guerra.
As mensagens têm o estilo floreado e a produção de alta qualidade de outros grupos militantes ligados a Teerã na região, como o palestino Hamas e o libanês Hezbollah.
Os Estados Unidos e os vizinhos do Iêmen no Golfo Pérsico têm observado o avanço dos houthis com grande preocupação, acreditando que o Irã procura ter influência regional por meio de milícias poderosas no Líbano, na Síria, no Iraque e agora no Iêmen.
(Reportagem de Noah Browning e Mohammed Ghobari)