Por Matt Spetalnick e Ted Hesson
WASHINGTON (Reuters) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tem "enviado sinais" ao governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mas Washington não irá realiviar as sanções aplicadas ao país sem que passos concretos em direção à realização de eleições livres sejam tomados, disse uma autoridade sênior da Casa Branca nesta segunda-feira.
Os comentários parecem ter sido feitos com o objetivo de amortecer especulações de que Biden possa começar a aliviar a pressão sobre a Venezuela em resposta à decisão de Maduro de permitir que o Programa Alimentar Mundial (PAM) comece a operar no país e à concessão de prisão domiciliar de seis ex-executivos da Citgo, uma empresa sediada nos EUA, em aparentes gestos de boa vontade.
O novo governo dos EUA ainda está revisando as sanções impostas pelo antecessor de Biden, Donald Trump, e assessores de Biden deixaram claro que não há pressa para aliviar a pressão sobre Maduro, que é classificado por eles como um ditador.
"Fundamentados em ações concretas, responderemos", disse a autoridade. "Mas, do contrário, vamos continuar trabalhando com parceiros internacionais para aumentar a pressão de maneira multilateral em direção ao objetivo de realizar eleições livres e justas".
No que foi visto amplamente como uma oferta a Biden, Maduro fechou no mês passado um acordo com o PAM para fornecer alimentos para 185 mil crianças em idade escolar no país membro da Opep, que sofre uma crise humanitária em decorrência de um colapso econômico.
Na sexta-feira, a Venezuela tirou da prisão os chamados "6 da Citgo", colocando-os sob prisão domiciliar mais de três anos após eles terem sido presos sob acusações de corrupção. O governo dos EUA saudou a medida, mas reiterou suas demandas por liberdade total para os envolvidos.