Por Phil Stewart e Jonathan Landay
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos ainda acreditam que o Irã não decidiu construir uma arma nuclear, apesar dos recentes reveses estratégicos de Teerã, incluindo a morte de líderes do Hezbollah por Israel e duas tentativas sem sucesso de atacar Israel, disseram duas autoridades norte-americanas à Reuters.
Os comentários de um representante sênior do governo Biden e de um porta-voz do Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI) somaram-se às falas públicas feitas nesta semana pelo diretor da CIA, William Burns, que disse que os Estados Unidos não tinham visto nenhuma evidência de que o líder do Irã tivesse revertido sua decisão de 2003 de suspender o programa de armamento.
"Avaliamos que o líder supremo não tomou a decisão de retomar o programa de armas nucleares que o Irã suspendeu em 2003", disse o porta-voz da ODNI, referindo-se ao líder do Irã, aiatolá Ali Khamenei.
A avaliação da inteligência pode ajudar a explicar a oposição dos EUA a qualquer ataque israelense ao programa nuclear do Irã em retaliação a um ataque com mísseis balísticos realizado por Teerã na semana passada.
Após esse ataque, o presidente norte-americano, Joe Biden, disse que não apoiaria um ataque israelense às instalações nucleares iranianas, mas não explicou por que havia chegado a essa conclusão. Seus comentários atraíram críticas ferozes dos republicanos, incluindo o ex-presidente Donald Trump.
Há muito tempo, as autoridades dos EUA reconhecem que uma tentativa de destruir o programa de armas nucleares do Irã pode apenas atrasar os esforços do país para desenvolver uma bomba nuclear e pode até mesmo fortalecer a determinação de Teerã de fazer isso.
"Todos nós estamos observando esse espaço com muito cuidado", disse a autoridade do governo Biden.
A missão do Irã nas Nações Unidas em Nova York não respondeu imediatamente a um pedido de comentário, mas Teerã tem negado repetidamente que tenha um programa de armas nucleares.