WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos estão analisando as informações de que os militantes do Estado Islâmico usaram gás cloro contra forças de segurança do Iraque, afirmou o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, nesta sexta-feira.
Kerry, falando a repórteres depois de uma reunião com seu homólogo sul-coreano, disse que não tinha condições de confirmar as reportagens que afirmaram que o gás cloro foi usado contra policiais iraquianos no mês passado.
"Essas alegações são extremamente sérias e estamos buscando informações adicionais para conseguir determinar se podemos ou não confirmar isso", disse Kerry.
O jornal Washington Post publicou uma reportagem nesta sexta-feira dizendo que 11 policiais iraquianos foram levados a um hospital ao norte de Bagdá no mês passado com sintomas que são consistentes com o de envenenamento por cloro.
O jornal afirmou que as forças do Iraque relataram dois outros ataques usando gás cloro no Iraque desde que os militantes do Estado Islâmico assumiram o controle de vastas áreas do país.
"O uso de qualquer arma química... vai contra a lei internacional e essas alegações recentes reforçam a importância do trabalho com o qual estamos atualmente envolvidos", disse Kerry, acrescentando que o possível ataque de gás cloro não vai influenciar a estratégia dos EUA de combater o Estado Islâmico.
"Obviamente pode afetar decisões táticas dentro daquela estratégia, mas a nossa abordagem fundamental segue absolutamente clara", acrescentou.
A coalizão liderada pelos EUA tem atacado com bombas repetidas vezes as posições dos grupos jihadistas sunitas desde agosto, depois que os militantes do Estado Islâmico dominaram vastas áreas do território na Síria e no Iraque.
O risco que armas químicas pudessem cair nas mãos de militantes radicais cresceu com o avanço das forças do Estado Islâmico tanto no Iraque quanto na Síria.
Os EUA e as outras potências ocidentais acusaram as forças do presidente sírio, Bashar al-Assad, de utilizar armas químicas contra áreas controladas por rebeldes na guerra civil da Síria.
Em um acordo fechado entre os EUA e a Rússia, Damasco concordou, no ano passado, em eliminar todo o seu arsenal químico depois que um ataque usando gás sarin em agosto de 2013 matou centenas de pessoas em Ghouta, na periferia da capital.
A eliminação das armas químicas da Síria foi supervisionada pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), que também investigou o uso de gás cloro na Síria.
(Reportagem de Lesley Wroughton)