Por Humeyra Pamuk e Kanishka Singh
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos apoiam que a ONU promova uma revisão do incidente em que dezenas de palestinos foram mortos durante entrega de ajuda humanitária em Gaza, na semana passada, disse o Departamento de Estado dos EUA nesta segunda-feira.
Autoridades sanitárias de Gaza afirmam que forças israelenses mataram a tiros mais de 100 palestinos que aguardavam a entrega de auxílio na última quinta-feira. Alguns sobreviventes feridos também relataram que as forças israelenses atiraram contra eles enquanto corriam na esperança de conseguir comida para suas famílias. Israel atribuiu as mortes à multidão que cercou os caminhões de ajuda, dizendo que as vítimas foram pisoteadas ou atropeladas.
A pressão sobre Israel se intensificou devido às mortes, amplamente condenadas, e vários países manifestam apoio a um pedido da ONU por um inquérito. O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse que a situação exigiria uma investigação independente e eficaz.
"Notei que a ONU diz estar enviando funcionários da ONU aos hospitais para analisar a natureza dos ferimentos e ver se foi uma quantidade pequena de pessoas que foram mortas a tiros ou se foi uma quantidade grande ou se as mortes foram resultado de atropelamento por caminhões ou esmagamento nos terríveis eventos que ocorreram", disse a jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, nesta segunda-feira.
"Então, parece que a ONU está conduzindo pelo menos o seu próprio tipo de avaliação sobre o que aconteceu e nós apoiamos que ela faça isso."
O Hamas atacou Israel em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas, segundo os israelenses. Desde então, Israel tem atacado militarmente Gaza, governada pelo Hamas. Os bombardeios contra o pequeno enclave mataram mais de 30.000 palestinos, afirma o Ministério da Saúde local.
A maior parte de Gaza foi arrasada pela ofensiva de Israel. Quase toda a sua população de 2,3 milhões de pessoas foi deslocada e está à beira da fome. A África do Sul acusa Israel de genocídio liderado pelo Estado na Corte Internacional de Justiça. Israel nega a alegação e diz que atua em legítima defesa.
(Reportagem de Humeyra Pamuk e Kanishka Singh)