ISTAMBUL (Reuters) - Os Estados Unidos ainda querem uma solução política negociada na Síria que exclua o presidente Bashar al-Assad, e sua posição sobre o líder sírio não mudou, disse o enviado especial norte-americano John Allen a autoridades turcas na noite de terça-feira.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou no domingo que os EUA teriam de negociar com Assad, embora o Departamento de Estado tenha ressalvando mais tarde que ele não se referiu especificamente ao líder sírio e que Washington nunca iria negociar com Assad.
Os comentários de Kerry provocaram críticas duras da Turquia, um dos adversários mais estridentes de Assad, a ponto de o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, ter dito que negociar com o líder sírio seria como apertar as mãos de Adolf Hitler.
"O general Allen reiterou que a posição dos Estados Unidos sobre Assad não mudou", disse a embaixada dos EUA em Ancara em um comunicado depois que Allen, o enviado especial responsável pela formação da coalizão anti-Estado Islâmico, manteve conversações em Ancara.
"Os Estados Unidos acreditam que ele perdeu toda a legitimidade para governar, que as condições na Síria sob seu domínio, levaram ao surgimento do EI (Estado Islâmico) e outros grupos terroristas, e nós continuamos a buscar uma saída política negociada para o conflito sírio, que, no fim, não inclua Assad."
Allen manteve "conversações construtivas" com o subsecretário do Ministério das Relações Exteriores turco, Feridun Sinirlioglu, na noite de terça-feira, e parabenizou a Turquia pelo apoio no treinamento de veteranos da oposição síria, disse o comunicado.
(Reportagem de Nick Tattersall)