O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse nesta 2ª feira (29.jul.2024) que seu país tem “sérias preocupações” sobre os resultados das eleições na Venezuela. Segundo ele, a comunidade internacional está vigilante e responderá “de acordo”.
O CNE (Conselho Nacional Eleitoral), órgão controlado pelo regime chavista, confirmou a reeleição do líder venezuelano, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda), na madrugada desta 2ª feira (29.jul).
De acordo com o órgão, com 80% das urnas apuradas, Maduro obteve 51,2% dos votos (5.150.092), contra 44,2% (4.445.978) do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita). Outros candidatos obtiveram 462.704 votos, que corresponde a 4,6% do total.
Blinken elogiou a participação dos venezuelanos no pleito, mas demonstrou dúvidas sobre os resultados divulgados. “Aplaudimos o povo venezuelano pela participação nas eleições presidenciais. Louvamos sua coragem e compromisso com a democracia face à repressão e à adversidade”, disse o secretário, que está em viagem ao Japão. “Temos sérias preocupações de que os resultados anunciados não reflitam a vontade ou os votos do povo venezuelano”, completou.
“É essencial que todos os votos sejam contados de forma justa e transparente, que os funcionários eleitorais compartilhem imediatamente a informação com a oposição e com os observadores independentes, sem demora, e que as autoridades eleitorais publiquem as atas”, pediu Blinken.
Por fim, o secretário de Estados norte-americano afirmou que “a comunidade internacional está observando muito de perto e responderá de acordo”.
No domingo (28.jul), a vice-presidente dos EUA e pré-candidata democrata à corrida pela Casa Branca, Kamala Harris, disse que a vontade do povo venezuelano “deve ser respeitada” e classificou as eleições venezuelanas como “históricas”.
“Os Estados Unidos apoiam o povo da Venezuela que expressou a sua voz nas históricas eleições presidenciais de hoje. A vontade do povo venezuelano deve ser respeitada”, afirmou a vice-presidente norte-americana em seu perfil no X. Kamala também disse que trabalhará por “um futuro mais democrático, próspero e seguro para o povo da Venezuela”.
QUEM É MADURO
O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, 60 anos, comanda um regime autocrático e sem garantias de liberdades fundamentais. Mantém, por exemplo, pessoas presas pelo que considera “crimes políticos”. Há também restrições descritas em relatórios da OEA (sobre a “nomeação ilegítima” do Conselho Nacional Eleitoral por uma Assembleia Nacional ilegítima) e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (de outubro de 2022, de novembro de 2022 e de março de 2023).