Por Daphne Psaledakis e Emma Farge e Nidal al-Mughrabi
DOHA/GENEBRA/CAIRO (Reuters) - O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse nesta quarta-feira que o Hamas propôs várias mudanças, algumas impraticáveis, ao acordo que tem o apoio dos EUA por um cessar-fogo com Israel em Gaza, mas acrescentou que os mediadores estão determinados a reduzir as diferenças.
Autoridade sênior do Hamas, Osama Hamdan, negou que o grupo islâmico palestino tenha apresentado novas ideias. Em entrevista à emissora pan-árabe Al-Araby, ele reiterou a posição do Hamas de que é Israel que está rejeitando as propostas e acusou o governo dos Estados Unidos de endossar o aliado.
O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, afirmou que muitas das mudanças propostas pelo Hamas são menores e "não inesperadas", enquanto outras diferem substancialmente do delineado por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU na segunda-feira, apoiando o plano apresentado pelo presidente norte-americano Joe Biden.
"Nosso objetivo é levar esse processo a uma conclusão. Nossa opinião é que a hora para pechinchar acabou", disse Sullivan a repórteres.
O Hamas também quer garantias por escrito dos EUA sobre o plano de cessar-fogo, segundo duas fontes de segurança egípcias à Reuters.
Na noite desta quarta-feira, o Hamas emitiu um comunicado enfatizando sua "positividade" nas negociações e pedindo que os EUA pressionem Israel a aceitar um acordo que leve a um cessar-fogo permanente em Gaza, além de a uma retirada completa do enclave, à reconstrução e à libertação dos prisioneiros palestinos.
O grupo palestino afirmou que, embora autoridades dos EUA tenham dito que Israel aceitou a proposta de cessar-fogo apresentada por Biden em 31 de maio, "nós não ouvimos nenhuma autoridade israelense confirmar essa aceitação".
A proposta de Biden prevê uma trégua e uma libertação de reféns israelenses em Gaza em troca de palestinos presos em Israel em fases, levando, no final, ao fim permanente da guerra.