Por Pavel Polityuk
KIEV (Reuters) - O governo dos Estados Unidos afirmou nesta quinta-feira que acredita que militares iranianos foram enviados à Crimeia para fornecer assistência às forças russas usando drones fabricados pelo Irã para atacar a Ucrânia, enquanto o Ocidente impôs sanções a Teerã em resposta.
Os drones foram usados para destruir usinas de energia ucranianas e outros serviços públicos em ataques que parecem projetados para perturbar e desmoralizar à medida que o inverno se aproxima. Cidadãos ucranianos sofreram os primeiros cortes de energia programados desde que a guerra começou na quinta-feira, enquanto as autoridades tentavam iniciar os reparos.
"Os militares russos baseados na Crimeia estão pilotando UAVs iranianos e os usando para realizar ataques dinâmicos em toda a Ucrânia, inclusive contra Kiev", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA Ned Price em entrevista coletiva, referindo-se aos veículos aéreos não tripulados.
"Avaliamos que... militares iranianos estavam no terreno na Crimeia e ajudaram a Rússia nessas operações".
Os ministérios da Defesa e das Relações Exteriores da Rússia não responderam imediatamente a um pedido de comentário. Teerã negou que os drones sejam de fabricação iraniana.
Os membros da União Europeia concordaram com novas medidas contra o Irã devido ao fornecimento de drones para a Rússia, disse o bloco, e o Reino Unido impôs sanções a figuras militares de alto escalão e a uma empresa que disse estar envolvida no fornecimento de drones iranianos a Moscou.
"O apoio do Irã à guerra brutal e ilegal de Putin contra a Ucrânia é deplorável", disse o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, James Cleverly, em comunicado.
Um porta-voz da Casa Branca disse que Washington está tentando impor novas sanções a Teerã por causa dos drones e considerando soluções de defesa aérea para a Ucrânia.