WASHINGTON (Reuters) - O governo dos Estados Unidos alertou nesta sexta-feira que Rússia, China e Irã estariam buscando influenciar as eleições parlamentares do próximo mês no país, enquanto procuradores federais revelaram acusações contra uma cidadã russa que teria participado em um esquema do tipo.
Operações para influenciar eleições poderiam incluir o uso de redes sociais para amplificar questões controversas, disseminar desinformação sobre candidatos políticos e patrocinar conteúdo de mídia em língua inglesa, segundo disseram quatro agências de inteligência e segurança em um comunicado conjunto.
As organizações emitiram o alerta nesta sexta enquanto o governo dos EUA apresentou acusações criminais contra a cidadã russa Elena Alekseevna Khusyaynova, de 44 anos. Ela é a primeira pessoa a ser indiciada por tentativa de influenciar a eleição de 2018 dos Estados Unidos, de acordo com uma autoridade do governo que estaria familiarizada com o assunto.
"A interferência externa nas eleições norte-americanas é uma ameaça à nossa democracia", dizia a nota conjunta do Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional, do Departamento de Justiça, do Bureau Federal de Investigação (FBI), e do Departamento de Segurança Doméstica. "A identificação e a prevenção dessas interferências é uma prioridade do governo federal".
As agências disseram que não tinham evidências de que atores internacionais buscavam comprometer sistemas de votação para evitar que as pessoas votassem, fraudar resultados ou prevenir autoridades de contarem votos nas eleições parlamentares de novembro.
Alguns governos locais e estaduais, que comandam as zonas eleitorais, já reportaram tentativas de acesso às suas redes, mas autoridades conseguiram "prevenir os acessos ou rapidamente neutralizar essas tentativas", disseram as quatro organizações.
(Reportagem de Christopher Bing e Lisa Lambert)