Por Patricia Zengerle e Lesley Wroughton
WASHINGTON (Reuters) - O Departamento de Estado dos Estados Unidos informou nesta terça-feira que vai impor sanções adicionais sobre a Rússia, depois que Moscou não deu garantias razoáveis de que não usaria armas químicas na esteira de um ataque com agente nervoso a um ex-espião russo na Inglaterra.
Em agosto o departamento havia ameaçado a Rússia com mais sanções após 90 dias, a não ser que o país cumprisse o Ato de Eliminação de Armas Químicas e Biológicas, de 1991.
Sob o acordo, a Rússia teria de encerrar o uso do agente nervoso Novichok, que foi utilizado no envenenamento de Sergei Skripal e de sua filha Yulia em março, se comprometer a não utilizar armas químicas contra seus cidadãos, e permitir inspeções de instalações por agências como a Organização das Nações Unidas, por exemplo.
"Hoje o departamento informou o Congresso que não conseguimos nos certificar de que a Federação Russa havia atingido as condições", disse a porta-voz Heather Nauert em um comunicado.
"Nossa intenção é proceder de acordo com os termos do Ato, o que nos dirige à implementação de sanções adicionais", acrescentou.
Skripal, um ex-coronel do Serviço de Inteligência e sua filha de 33 anos, Yulia, foram encontrados inconscientes em um banco de praça na cidade inglesa de Salisbury em março após o líquido Novichok ter sido aplicado na porta da frente da residência deles. Ambos sobreviveram ao ataque.
Países europeus e os Estados Unidos expulsaram 100 diplomatas russos após o ataque, na ação mais enérgica do presidente dos EUA, Donald Trump, contra a Rússia desde que chegou ao cargo.
Moscou nega repetidamente qualquer envolvimento no ataque.