Por Ju-min Park
SEUL (Reuters) - Os Estados Unidos e a Coreia do Sul deram início a exercícios militares anuais nesta segunda-feira, desencadeando alertas de retaliação da Coreia do Norte no momento em que a tensão já alta na península está ainda mais inflamada pela deserção de um diplomata de Pyongyang.
A Coreia do Norte ficou ainda mais isolada após um teste nuclear em janeiro, seu quarto, e o lançamento de um foguete de longo alcance em fevereiro resultar em sanções mais severas do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que Pyongyang desafiou com vários disparos de mísseis balísticos.
Cerca de 25 mil soldados dos EUA irão participar do exercício Guardião da Liberdade de Ulchi, que vai até 2 de setembro. A Comissão do Comando de Armistício Militar da ONU, liderada por Washington, disse ter notificado o Exército norte-coreano de que os exercícios "não são provocadores" por natureza.
A Coreia do Norte os classifica como preparativos para uma invasão, e nesta segunda-feira ameaçou um ataque nuclear preventivo --Pyongyang faz tais ameaças com frequência.
"A partir deste momento, as unidades de ataque inicial combinadas do Exército do Povo da Coreia se mantêm de prontidão para realizar um ataque preventivo retaliatório contra todos os grupos de ataque inimigos envolvidos no Guardião da Liberdade de Ulchi", disse um porta-voz do Exército em um comunicado divulgado pela agência estatal de notícias norte-coreana KCNA.
"Os provocadores da guerra nuclear deveriam ter em mente que, se demonstrarem o menor sinal de agressão, isso transformaria o bastião da provocação em uma pilha de cinzas graças a um ataque nuclear preventivo de estilo coreano."
Na semana passada, a Coreia do Sul anunciou que Thae Yong Ho, o vice-embaixador norte-coreano em Londres, havia desertado e chegado ao Sul com a família, um golpe constrangedor para o regime do líder Kim Jong Un.
A presidente sul-coreana, Park Geun-hye, disse nesta segunda-feira que deserções do alto escalão mostram fissuras no regime de Kim.
"Ultimamente até o grupo de elite da Coreia do Norte vem desmoronando, seguido pela deserção de figuras-chave para países estrangeiros, o que mostra um sinal de rachaduras sérias, até com chances de abalar ainda mais o regime", disse ela durante uma reunião do Conselho de Segurança Nacional de seu país.
As duas Coreias ainda estão tecnicamente em guerra, porque o conflito de 1950-53 terminou em um armistício, não um tratado de paz.