Por Matt Spetalnick e Lesley Wroughton
WASHINGTON (Reuters) - O governo do presidente Barack Obama anunciará na quarta-feira um acordo com Cuba para reabrir embaixadas e restaurar relações diplomáticas cortadas há mais de cinco décadas, disseram representantes do governo norte-americano nesta terça-feira.
O presidente Obama, em Washington, e o secretário de Estado John Kerry, que está em Viena para negociações nucleares com o Irã, vão falar sobre a questão, disse um alto representante do governo. A Casa Branca confirmou que Obama fará uma declaração sobre Cuba às 12h (horário de Brasília). Um anúncio similar deve ser feito pelo governo de Cuba.
A revelação formal de um acordo continuaria um compromisso entre os ex-rivais da Guerra Fria feito há pouco mais de seis meses, quando Obama e o presidente cubano, Raúl Castro, anunciaram uma histórica abertura nas relações.
Kerry deve viajar para Havana em julho para uma cerimônia de reabertura da embaixada norte-americana. A Casa Branca ainda revelará quando isso acontecerá, segundo um representante do governo dos EUA.
Ambos os países podem agora elevar suas chamadas seções de interesses em Havana e Washington para o status de embaixadas completas, com embaixadores nomeados subsequentemente. O Departamento de Estado precisa dar ao Congresso um aviso de 15 dias de antecedência antes de abrir uma embaixada.
"Nós vamos formalmente anunciar amanhã que os Estados Unidos e Cuba alcançaram um acordo para restabelecer relações diplomáticas formais e abrir embaixadas nas capitais", disse um representante graduado do governo.
A restauração das relações representaria a mais recente fase em um processo de normalização, que deve se mover lentamente por causa dos persistentes problemas com o histórico de direitos humanos de Cuba. Um embargo dos EUA sobre os cubanos continuará, e apenas o Congresso pode cancelá-lo.
Os EUA e Cuba começaram negociações secretas para restaurar seus laços em meados de 2013, levando ao histórico anúncio em dezembro do ano passado, quando Obama e Raúl Castro disseram separada e simultaneamente que haviam trocado prisioneiros e buscariam normalizar as relações.
(Reportagem adicional de Dan Trotta em Havana)