Por Phil Stewart e Nayera Abdallah Mahmoud
WASHINGTON/CAIRO (Reuters) - A Arábia Saudita e os Estados Unidos concordaram em encerrar o reabastecimento de aeronaves da coalizão liderada pelos sauditas combatendo insurgentes Houthi no Iêmen, interrompendo um aspecto divisivo do apoio norte-americano a uma guerra que levou o Iêmen à beira da fome.
A medida, anunciada pela coalizão no sábado e confirmada por Washington, ocorre num momento em que Riad, já sob críticas pela morte de civis em ataques aéreos no Iêmen, enfrenta furor global e potenciais sanções pela morte do jornalista Jamal Khashoggi no consulado saudita em Istambul em 2 de outubro.
Os Estados Unidos e o Reino Unido no fim do mês passado pediram cessar-fogo no Iêmen para apoiar esforços liderados pela ONU para acabar com uma guerra de quase quatro anos que já matou mais de 10 mil pessoas e desencadeou a crise humanitária mais urgente do mundo.
"Recentemente, o Reino e a Coalizão elevaram a capacidade de conduzir independentemente o reabastecimento em voo no Iêmen. Como resultado, em consulta com os EUA, a Coalizão pediu a cessação do apoio de reabastecimento para as operações no Iêmen", informou o comunicado.
A Arábia Saudita tem uma frota de 23 aeronaves para operações de reabastecimento, incluindo seis Airbus 330 MRTT usados para o Iêmen, enquanto os Emirados Árabes Unidos dispõem de seis aeronaves Airbus, de acordo com o canal Al Arabiya al-Hadath.
O secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, disse que o governo norte-americano foi consultado sobre a decisão e que Washington apoiou a medida, enquanto segue trabalhando com a coalizão para minimizar as casualidades civis e expandir os esforços humanitários.
(Reportagem adicional de Makini Brice em Washington)