Por Ted Hesson
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos encerraram formalmente uma política da era Trump conhecida como "continue no México", que forçava dezenas de milhares de imigrantes centro-americanos em busca de asilo a esperarem no México enquanto seus casos corriam na Justiça norte-americana, de acordo com um memorando do Departamento de Segurança Interna (DHS) enviado a diretores de agências nesta terça-feira.
O governo do presidente Joe Biden pausou o programa, conhecido como Protocolo de Proteção ao Imigrante (MPP, na sigla em inglês), pouco depois de tomar posse no dia 20 de janeiro. Desde então, mais de 11 mil imigrantes cadastrados foram autorizados a entrar nos Estados Unidos para seguirem com pedidos de asilo, afirmou uma autoridade do DHS à Reuters na terça-feira.
Biden, um democrata, reverteu muitas das políticas restritivas à imigração do ex-presidente Donald Trump, um republicano, dizendo que Trump fracassou em honrar as leis de asilo dos Estados Unidos. Republicanos criticaram as ações de Biden, incluindo o encerramento do programa MPP, dizendo que o presidente incentiva o aumento de chegadas de imigrantes na fronteira dos EUA com o México nos últimos meses.
As apreensões da Patrulha de Fronteira dos Estados Unidos na fronteira sudoeste do país chegaram aos maiores níveis mensais dos últimos 20 anos em março e abril. As apreensões em maio foram semelhantes de acordo com dados preliminares compartilhados com a Reuters.
Apesar de retroceder algumas das políticas de fronteira de Trump, Biden manteve um decreto sanitário de março de 2020 conhecido como Título 42, que permite que autoridades norte-americanas mandem de volta rapidamente os imigrantes pegos na fronteira com o México durante a pandemia.
Defensores de direitos argumentam que a medida corta o acesso ao sistema de asilo nos EUA para muitos imigrantes apreendidos na fronteira, enquanto membros do governo Biden dizem que a política é necessária para prevenir a propagação da Covid-19.
(Reportagem de Ted Hesson em Washington)