BUENOS AIRES (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou que vai entregar nesta quinta-feira o primeiro lote de documentos tornados públicos relacionados à chamada “Guerra Suja” de 1976 a 1983 na Argentina, um período de sete anos em que uma ditadura militar assassinou milhares de opositores de esquerda.
A entrega se dá depois do anúncio feito em março pelo governo dos Estados Unidos de que iria liberar os documentos da “Guerra Suja”.
Ela ocorre também durante um momento de relações calorosas entre os dois países, uma vez que o presidente argentino, Mauricio Macri, eleito em dezembro, rejeita o protecionismo dos seus antecessores e buscou uma reaproximação diplomática com os EUA.
“Eu quero dizer que a relação entre os EUA e a Argentina é uma empolgante, que olha para frente. Contudo, somos também conscientes das lições do passado”, afirmou Kerry a jornalistas durante visita a Buenos Aires.
“Em março passado, em resposta a pedido do presidente Macri e de grupos de direitos humanos, o presidente Obama prometeu identificar e compartilhar registros adicionais do governo dos EUA, muitos vindos das agências de inteligência e segurança. Assim, hoje, mais tarde, eu vou entregar a primeira parte desses documentos tornados públicos ao presidente Macri, com mais por vir no futuro.”
O atual esforço ocorre após a liberação em 2002 de mais de 4.000 mensagens e outros documentos do Departamento de Estado relacionados à ditadura de sete anos na Argentina, governo que os EUA inicialmente apoiaram.
(Reportagem de Gram Slattery)