WASHINGTON (Reuters) - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, não se encontrou com o ministro das Relações Exteriores da China nos bastidores da reunião do G20 na Índia, já que os dois lados já haviam prolongado as conversas em Munique no mês passado, disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA nesta quinta-feira.
Falando em um briefing regular, Ned Price disse que espera que haja "ligações e compromissos adicionais" com a China nas próximas semanas.
"Mas acabamos de aproveitar uma oportunidade algumas semanas atrás", disse ele, quando questionado sobre por que não houve reunião no encontro dos ministros das Relações Exteriores do G20 em Nova Délhi.
No mês passado, o presidente Joe Biden disse que esperava falar com o presidente da China, Xi Jinping, sobre um incidente no qual os Estados Unidos derrubaram o que disseram ser um balão espião chinês, piorando as relações entre os dois países, que já estavam tensas. Não foi dado prazo para a conversa.
Blinken se encontrou com o diplomata chinês Wang Yi nos bastidores da Conferência de Segurança de Munique em 19 de fevereiro e alertou sobre as consequências, caso a China forneça apoio material à invasão russa à Ucrânia. Blinken disse que Washington estava preocupado que Pequim estivesse considerando fornecer armas a Moscou.
Autoridades dos EUA acreditam que a China estará preocupada nas próximas semanas, após seu parlamento, o Congresso Nacional do Povo (NPC), iniciar a sessão anual no domingo. Espera-se que a sessão revele a maior remodelação do governo em uma década, enquanto Pequim enfrenta uma série de questões domésticas e no exterior.
Blinken e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, se encontraram na quinta-feira à margem do G20, seu primeiro encontro cara a cara desde a invasão de Moscou à Ucrânia.
(Reportagem de David Brunnstrom e Rami Ayyub)