Por Matt Spetalnick e Dave Graham
WASHINGTON/CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tomou a decisão final de excluir os governos de Cuba, Venezuela e Nicarágua da Cúpula das Américas, disseram pessoas familiarizadas com o assunto, em uma decisão que levou o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, a decidir não comparecer ao encontro em Los Angeles, pois nem todos os países da região foram convidados.
Obrador disse, por sua vez, em sua entrevista coletiva semanal que visitará Biden em julho e que o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard, o representará no evento.
A decisão de excluir Cuba, Venezuela e Nicarágua do encontro também foi confirmada por uma autoridade da Casa Branca que falou sob condição de anonimato.
A decisão, que se seguiu a semanas de intensas deliberações, gera o risco de um embaraçoso boicote ao encontro organizado pelos Estados Unidos nesta semana em Los Angeles se, além de Obrador, alguns outros líderes optarem por não comparecer.
Autoridades dos EUA determinaram que as preocupações com os direitos humanos e a falta de democracia nos três países, os principais antagonistas de Washington na América Latina, pesaram demais contra o convite, disse uma fonte de Washington no domingo.
A exclusão da Venezuela e da Nicarágua, lideradas pela esquerda, já havia sido sinalizada nas últimas semanas.
Mas a palavra final sobre Cuba, governada pelos comunistas, foi convidar um representante de baixo escalão no lugar do presidente da ilha, disseram autoridades dos EUA. O presidente Joe Biden deve abrir a cúpula na próxima quarta-feira.
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, disse no mês passado que não iria mesmo se convidado, acusando os EUA de "pressão brutal" para tornar a cúpula não inclusiva. Cuba participou das duas últimas edições do evento.