CIDADE DA GUATEMALA (Reuters) - O Departamento de Estado dos Estados Unidos disse nesta terça-feira estar impondo restrições de visto a mais de uma dúzia de indivíduos e seus familiares imediatos por minarem a democracia e o Estado de Direito na Guatemala, após uma turbulenta eleição presidencial.
A lista inclui funcionários da Procuradoria-Geral da Guatemala, assim como outros “atores dos setores público e privado”, anunciou o Departamento de Estado, sem fornecer nomes.
Os EUA estão entre vários países que culparam as atuais autoridades guatemaltecas por tentarem impedir a posse do presidente eleito Bernardo Arevalo, uma controvérsia que gerou protestos em todo o país.
Os manifestantes pediram a demissão da procuradora-geral da Guatemala, cujo gabinete alegou que o Partido Semilla de Arevalo falsificou assinaturas para registrar membros do partido e tem intensificado as investigações. O Semilla negou as acusações.
Arevalo, um político de centro-esquerda e filho de um ex-presidente, obteve em agosto uma vitória esmagadora, fazendo campanha com uma plataforma anticorrupção. Ele deve tomar posse em 14 de janeiro.
“Os Estados Unidos rejeitam os esforços contínuos para minar a transição pacífica do poder da Guatemala para o presidente eleito Arevalo”, afirmou o Departamento de Estado em um comunicado.
A Procuradoria-Geral da Guatemala disse não ter mais detalhes para compartilhar sobre as sanções.
No início deste mês, o secretário de Estado adjunto dos EUA para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, disse que Washington poderia lançar sanções específicas contra atores antidemocráticos na Guatemala, sem fornecer mais detalhes.
(Reportagem de Raul Cortes e Isabel Woodford, reportagem adicional de Sofia Menchu)