AIR FORCE ONE (Reuters) - Os Estados Unidos não assinariam um acordo sobre o programa nuclear do Irã que pudesse ser uma ameaça a Israel, disse a Casa Branca nesta sexta-feira, um dia após negociadores na Suíça anunciarem ter alcançado as bases para um acordo nuclear.
Nesta sexta, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ter exigido que qualquer acordo final com o Irã inclua o reconhecimento do direito de existência de Israel.
Perguntado sobre a exigência, o porta-voz da Casa Branca, Eric Schultz, disse não ter lido esse pedido específico, mas afirmou estar ciente das persistentes preocupações de Israel.
"Entendemos a posição dele", disse Schultz a jornalistas a bordo do Air Force One, avião presidencial dos EUA. "O presidente nunca assinaria um acordo que sentisse ser uma ameaça ao Estado de Israel."
Enquanto isso, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, comemorou, em pronunciamento transmitido pela TV, o entendimento sobre as bases de um acordo definitivo, dizendo ser "um primeiro passo em direção a interações produtivas com o mundo".
Schultz, ao ser questionado sobre os comentários de Rouhani, disse entender a necessidade de Teerã em vender o acordo aos iranianos, mas que os EUA entendem o acordo como sendo restrito ao programa nuclear do Irã.
"As preocupações que temos com o Irã fora do programa nuclear continuam tão fortes ontem como hoje", disse ele.
Schultz também afirmou que o presidente dos EUA, Barack Obama, continuava conversando com os congressistas norte-americanos sobre a tentativa de acordo, planejando falar pessoalmente com todos os quatro líderes do Congresso.
O porta-voz não deu detalhes sobre quando se dariam tais conversas com os líderes da Câmara de Deputados e do Senado, mas disse que Obama esperava fazê-lo ainda nesta sexta.
(Reportagem de Jeff Mason e Susan Heavey)