PEQUIM (Reuters) - Os Estados Unidos pediram à China que "cesse seu assédio rotineiro" a navios de outros países com reivindicações no Mar do Sul da China, reafirmando seu apoio a uma decisão de arbitragem de 2016, a qual a China disse nesta quarta-feira não reconhecer.
A decisão proferida pela Corte Permanente de Arbitragem em Haia há sete anos concluiu que a reivindicação de Pequim sobre quase todo o Mar do Sul da China, por onde passam cerca de 3 trilhões de dólares em mercadorias transportadas pelo mar todos os anos, era infundada.
Dizendo que a decisão era final e juridicamente vinculativa para as Filipinas e a China, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, em um comunicado na terça-feira, instou Pequim a "conduzir suas reivindicações marítimas com o direito internacional".
Mas a China, cujas ações "agressivas" no Mar do Sul da China foram objeto de centenas de protestos diplomáticos apresentados pelas Filipinas, afirmou que não aceita nenhuma reivindicação ou ação com base na decisão.
"Com sua decisão, o tribunal violou o princípio do consentimento de Estado, foi além de sua autoridade para ouvir o caso e perverteu a lei", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbing, em coletiva de imprensa.
Para comemorar o aniversário da sentença arbitral, que recebeu o apoio de países como Japão, Reino Unido e Austrália, o Ministério das Relações Exteriores das Filipinas lançou na quarta-feira um site contendo "informações oficiais" sobre a vitória legal de Manila contra Pequim.
(Reportagem da Redação de Pequim e Karen Lema em Manila)