Por Michelle Nichols e Gabrielle Tétrault-Farber
NOVA YORK/MOSCOU (Reuters) - Os Estados Unidos foram derrotados nesta sexta-feira em uma tentativa para estender um embargo de armas sobre o Irã, enquanto o presidente russo, Vladimir Putin, propôs a realização de uma cúpula de líderes mundiais para evitar "conflitos" por conta de uma ameaça dos EUA de restabelecimento de todas as sanções da ONU sobre o governo de Teerã.
Em votação no Conselho de Segurança da ONU, Rússia e China foram contrárias à extensão da proibição às armas, que deve expirar em outubro segundo um acordo de 2015 entre o Irã e outras potências estrangeiras. Onze membros se abstiveram, incluindo França, Alemanha e Reino Unido, enquanto os EUA e a República Dominicana foram os únicos votos favoráveis à extensão.
"O fracasso do Conselho de Segurança em agir de maneira decisiva na defesa da paz internacional e a segurança é indesculpável", disse o Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, em nota.
O embaixador da China na ONU, Zhang Jun, disse em nota que o resultado da votação "mais uma vez mostra que o unilateralismo não recebe apoio e que a intimidação irá fracassar".
Os Estados Unidos podem agora seguir adiante com a ameaça de voltar com todas as sanções da ONU contra o Irã utilizando uma provisão no acordo nuclear, embora o presidente Donald Trump tenha abandonado o acordo em 2018. Diplomatas dizem que o governo norte-americano poderia fazer isso já na semana que vem, e que pode enfrentar uma batalha dura e tumultuada.