(Reuters) - Vários funcionários do maior fornecedor de abrigos para crianças imigrantes desacompanhadas nos Estados Unidos abusaram e assediaram sexualmente os internos dos quais cuidavam, alegou nesta semana o Departamento de Justiça do país em um processo judicial.
A ação, impetrada no Distrito Ocidental do Texas, alega um “padrão” de assédio sexual "grave ou generalizado” que remonta a pelo menos 2015 na rede de abrigos administrada pela Southwest Key, que tem sede em Austin e é uma instituição sem fins lucrativos. Ela é contratada pelo governo para cuidar de imigrantes que chegam aos EUA sem os pais ou responsáveis legais.
A queixa inclui acusações de “estupro e abuso sexual severo, solicitação de atos sexuais, solicitação de fotos com nu, insinuações para relacionamentos sexualmentre inapropriados, comentários e gestos sexuais”.
A Southwest Key não respondeu imediatamente a um pedido para que comentasse o caso.
Em um episódio de 2022, detalhado no processo, um funcionário da Southwest Key teria abusado sexualmente de forma repetida de três garotas -- de 5, 8 e 11 anos de idade -- na Casa Franklin, em El Paso, no Texas. A menina de 8 anos afirmou que o trabalhador ameaçou matar suas famílias se elas contassem sobre o abuso, indica a ação.
Em outro caso, ocorrido em 2020, um trabalhador levou por vários dias um garoto de 15 anos da Casa Kokopelli, no Arizona, para um quarto de hotel, pagando-o em troca de atos sexuais. Em ambos os ocorridos, os abusos foram documentados pelos próprios relatórios da Southwest Key, de acordo com o processo.
“O abuso sexual de crianças em abrigos residenciais, onde uma criança deveria estar a salvo e segura, é abusivo, desumanizador e ilegal”, disse nesta quinta-feira a procuradora-geral assistente, Kristen Clarke.
(Reportagem de Kristina Cooke e Mica Rosenberg)