Por Simon Lewis e Arshad Mohammed
WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos tomaram uma série de medidas nesta quarta-feira para sinalizar que o programa de mísseis do Irã continuará restrito após o término das sanções do Conselho de Segurança da ONU e para conter as transferências de drones do Irã para a Rússia.
A Rússia disse na terça-feira que as transferências de tecnologia de mísseis para o Irã não precisarão mais da aprovação do Conselho de Segurança a partir de quarta-feira, quando as sanções da ONU expiram, sem dizer se planeja agora apoiar o desenvolvimento de mísseis de Teerã.
O esforço dos EUA para limitar os programas de mísseis e drones do Irã surge no meio de renovadas críticas norte-americanas a Teerã por apoiar o Hamas, que realizou um ataque violento em 7 de outubro contra comunidades no sul de Israel, no qual pelo menos 1.300 pessoas morreram.
O vencimento das sanções da ONU se enquadra numa cláusula de “caducidade” do extinto acordo nuclear com o Irã de 2015, que deu a Teerã alívio das sanções norte-americanas, da União Europeia e da ONU em troca da limitação do seu programa nuclear. O ex-presidente dos EUA Donald Trump abandonou o acordo em 2018 e restabeleceu as sanções dos EUA ao Irã.
Embora os esforços da administração do presidente dos EUA, Joe Biden, para retomar as restrições do acordo ao programa nuclear do Irã tenham falhado, as sanções da ONU ainda estão sujeitas ao vencimento, conforme previsto no acordo.
O Departamento do Tesouro dos EUA disse que impôs sanções a 11 indivíduos, oito entidades e uma embarcação baseada no Irã, Hong Kong, China e Venezuela que permitem os “programas desestabilizadores de mísseis balísticos e veículos aéreos não tripulados (UAV) do Irã”.
Os Estados Unidos também emitiram um comunicado às empresas destinado a impedir que tecnologias de dupla utilização cheguem a operadores iranianos.
(Reportagem de Simon Lewis, em Washington, e Arshad Mohammed, em Saint Paul, Minnesota)