Por Kaori Kaneko
TÓQUIO (Reuters) - Os Estados Unidos vão propor que o presidente Barack Obama visite Hiroshima, segundo o jornal japonês Nikkei nesta sexta-feira, o que seria a primeira visita de um mandatário do país ainda no cargo à cidade devastada por um ataque nuclear norte-americano 71 anos atrás.
Citando uma autoridade não identificada do alto escalão do governo dos EUA, o diário de negócios disse que Washington planeja propor a Tóquio uma visita no dia 27 de maio, no encerramento da cúpula do G7 presidida este ano pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.
Na capital norte-americana, uma autoridade da Casa Branca disse que nenhuma decisão foi tomada.
O chefe de gabinete do Japão, Yoshihide Suga, negou que a visita esteja sendo preparada e se recusou a fazer mais comentários. O protocolo diplomático exige que qualquer anúncio parta dos EUA.
"Não é verdade que uma visita do presidente Obama a Hiroshima esteja sendo arranjada entre os Estados Unidos e o Japão", afirmou Suga durante um informe à imprensa.
"A agenda do presidente dos EUA é uma questão para os Estados Unidos decidirem. O governo (japonês) irá evitar comentários".
Um avião de guerra norte-americano lançou uma bomba atômica em Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945, matando milhares de pessoas instantaneamente e cerca de 140 mil outras até o final daquele ano.
A cidade de Nagasaki foi bombardeada no dia 9 de agosto de 1945, e o Japão se rendeu seis dias depois.
Uma visita presidencial seria polêmica nos EUA se fosse vista como um pedido de desculpas.
A maioria dos norte-americanos vê o bombardeio de Hiroshima e Nagasaki como algo justificável para encerrar a guerra e poupar vidas de seus conterrâneos. A grande maioria dos japoneses considera como algo injustificável.
(Reportagem adicional de Chang-Ran Kim e Tim Gardner em Washington)