Por Dominique Vidalon
PARIS (Reuters) - A Eurotunnel, operadora do túnel sob o Canal da Mancha, disse que pediu aos governos francês e britânico a restituição dos custos de cerca de 10 milhões de euros com medidas de segurança, devido a medidas para lidar com uma crise migratória no porto de Calais.
Deslocados pela guerra, turbulência política e a pobreza, cerca de 3.000 imigrantes estão vivendo em acampamentos improvisados em torno da cidade portuária francesa, e todos os dias tentam embarcar em caminhões e trens para a Grã-Bretanha.
Os imigrantes esperam encontrar emprego ilícito na economia paralela ou pedir asilo na Grã-Bretanha, que tem um sistema de modo geral visto como mais generoso do que o equivalente francês.
Ao revelar nesta quarta-feira que teve um aumento de 9 por cento no lucro bruto no primeiro semestre, a Eurotunnel informou que nesse período gastou 13 milhões de euros com segurança, o mesmo que em todo o ano passado.
"O aumento da pressão de imigrantes em Calais levou à interrupção dos serviços durante junho e poderá causar novas perturbações ao tráfego e despesas adicionais com segurança na segunda metade do ano", disse a empresa em um comunicado.
A Eurotunnel informou ter pedido 9,7 milhões de euros como reembolso, acrescentando que o governo britânico já tinha concordado em pagar 4,7 milhões de euros. "As autoridades públicas subestimaram a situação dos imigrantes", disse o presidente-executivo, Jacques Gounon, em entrevista por telefone.
O problema foi exacerbado por uma greve dos trabalhadores franceses des balsas, que bloqueou o tráfego em torno de Calais. Funcionários do serviço MyFerryLink, de propriedade da Eurotunnel e que a empresa planeja vender, bloquearam temporariamente o acesso rodoviário francês para o túnel submarino ferroviário na terça-feira.