Por Crispian Balmer
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - Um ex-arcebispo e embaixador do papa na República Dominicana ficou doente e foi levado ao hospital antes da abertura de seu julgamento por acusação de abuso sexual de menores neste sábado, disse uma autoridade do Vaticano.
Jozef Wesolowski, ex-arcebispo e "núncio apostólico" (embaixador do Vaticano) em Santo Domingo, é acusado de pagar garotos para fazerem sexo, e de baixar e comercializar material pedófilo na internet, além de ofender a moral cristã.
Preso no pequeno Estado do Vaticano desde setembro de 2014, Wesolowski se queixou, dizendo que se sentia doente na sexta-feira, e então foi levado uma unidade de tratamento intensivo na Itália. Autoridades do Vaticano não forneceram mais detalhes a respeito da situação do ex-arcebispo.
O julgamento, visto como um importante passo na tentativa do Papa Francisco de fazer uma limpa na Igreja Católica, teve início mesmo sem o réu, com a corte lendo todas as cinco acusações contra o polonês de 66 anos de idade. A audiência foi então adiada.
Wesolowski é o primeiro membro da alta cúpula da Igreja Católica a enfrentar um julgamento no Vaticano por acusações de abuso sexual, e o caso está sendo acompanhado de perto por vítimas de abuso de padres, que já acusaram o Vaticano de abafar inúmeros outros escândalos.
A fim de "limpar" o clero, deixando-o mais respeitável para ações em todo o mundo, o Papa Francisco reescreveu algumas regras da Igreja Católica, abrindo caminho para o julgamento deste sábado, considerado histórico.
Wesolowski, que foi levado ao sacerdócio por seu compatriota, o Papa João Paulo, foi chamado de volta de Santo Domingo para Roma em 2013, quando as acusações contra ele apareceram.
Procurando restaurar a credibilidade da Igreja Católica Romana, Papa Francisco determinou em 2013 que o código penal do Vaticano poderia ser aplicado para todos os seus empregados onde quer que eles vivessem.
Em junho, ele aprovou a criação de um tribunal no Vaticano, sem precedentes, para julgar bispos acusados de mascarar ou omitir abuso sexual de menores.