DACAR (Reuters) - Hissene Habre, ex-presidente do Chade, foi considerado nesta segunda-feira culpado de crimes contra a humanidade por ordenar a tortura e o assassinato de milhares de opositores políticos durante seus oito anos de governo durante a Guerra Fria.
Também considerado culpado de estupro, Habre foi condenado à prisão perpétua pela Câmara Especial Africana, um tribunal criado em 2013 pelo Senegal e pela União Africana.
O veredicto encerra uma batalha de 16 anos de vítimas e de ativistas de direitos humanos para levar o ex-líder à Justiça no Senegal, para onde ele fugiu depois de ser deposto por um golpe de Estado em 1990.
"A condenação de Habre por estes crimes horrendos depois de 25 anos é uma vitória imensa para suas vítimas chadianas", disse Reed Brody, pesquisador da entidade humanitária Human Rights Watch, que ajudou a investigar os crimes de Habre.
Habre tem duas semanas para apelar da sentença.
O caso se centrou na questão de Habre, louvado na Casa Branca em 1987 pelo então presidente norte-americano Ronald Reagan depois de expulsar forças líbias do Chade, ter ordenado ou não a tortura e o assassinato de milhares de oposicionistas e rivais étnicos.
Uma Comissão da Verdade criada em 1992 acusou o governo de Habre de ter cometido até 40 mil assassinatos políticos, além de tortura sistemática, levados a cabo principalmente por sua temida agência de inteligência, o Diretoria de Documentação e Proteção (DDS).
(Por Diadie Ba)