BOGOTÁ (Reuters) - Um ex-líder paramilitar que passou 12 anos preso nos Estados Unidos por tráfico de drogas agora precisa enfrentar os tribunais da Colômbia por causa de assassinatos, sequestros e outros crimes supostamente cometidos durante o conflito armado do país andino, informou a Procuradoria-Geral do país.
Rodrigo Tovar, mais conhecido pelo pseudônimo Jorge 40, voltou dos EUA para a Colômbia na segunda-feira e foi detido imediatamente pelas autoridades para enfrentar 1.486 procedimentos investigativos.
"Ele foi deportado dos Estados Unidos para cumprir penas judiciais, além de vários mandados de prisão e medidas de segurança que foram emitidos contra ele", disse a Procuradoria-Geral em um comunicado publicado na noite de segunda-feira.
Tovar, de 69 anos, fez parte das Forças Unidas de Autodefesa da Colômbia (AUC), o principal grupo paramilitar do país. Ele é acusado de envolvimento com assassinatos, massacres, sequestros, tortura, desaparecimentos forçados e deslocamentos em massa cometidos enquanto seu grupo de extrema-direita enfrentava guerrilhas de esquerda.
Existem 65 mandados de prisão e 109 ordens de detenção contra Tovar, que foi expulso de um Tribunal de Justiça especial encarregado de crimes cometidos durante o conflito devido à sua relutância em colaborar com as autoridades.
Tovar abandonou a luta em 2006, assim como milhares de outros paramilitares. Ele corre o risco de passar até 60 anos na prisão, disseram fontes judiciais.
A Colômbia também está aguardando a deportação dos EUA de Salvatore Mancuso, outro ex-líder das AUC que é acusado de crimes de guerra e de violação de direitos humanos.
(Por Luis Jaime Acosta)