Por Tom Balmforth e John O'Donnell
LONDRES/BERLIM (Reuters) - A Ucrânia pode desmantelar dentro de alguns dias sua lista de "patrocinadores da guerra", que é o ponto central da campanha de Kiev para expor as empresas que fazem negócios com a Rússia, depois de uma reação negativa de países como China e França, segundo duas pessoas familiarizadas com o assunto.
As fontes disseram que a Ucrânia poderia, já nesta sexta-feira, descartar não apenas a lista, mas um site relacionado que fornece informações detalhadas sobre indivíduos sob sanções ocidentais, empresas e a origem de peças de armas russas.
A lista não tem validade legal, mas tem sido um constrangimento para cerca de 50 grandes empresas apontadas por operarem na Rússia e ajudarem na guerra do Kremlin na Ucrânia, por exemplo, pagando impostos.
O fim da lista, se acontecer, seria um indicativo de como Kiev pode ter que suavizar sua postura à medida que se torna mais difícil manter o apoio global ao seu esforço de guerra, mais de dois anos após a invasão em grande escala.
"É a China, mas não apenas a China", disse uma pessoa com conhecimento direto do assunto, aludindo também à pressão da França para remover da lista a varejista Auchan e a Leroy Merlin, que vende artigos para casa e jardinagem.
Pequim, grande consumidor de grãos ucranianos, exigiu em fevereiro que Kiev removesse 14 empresas chinesas da lista para "eliminar os impactos negativos".
Embora a China seja vista como uma aliada da Rússia, Kiev disse que espera que a segunda maior economia do mundo participe de uma cúpula de líderes mundiais para promover a visão de paz do presidente Volodymyr Zelenskiy.
A segunda fonte afirmou que Áustria, China, França e Hungria exerceram pressão sobre Kiev por causa da lista, acrescentando que ela poderia ser retirada da Internet em poucos dias.
Uma terceira pessoa disse que havia frustração com a Ucrânia por ter destacado empresas de países que apoiam Kiev.
Os ministérios das Relações Exteriores dos quatro países não responderam imediatamente ou recusaram pedidos de comentários e todas as fontes solicitaram anonimato devido à sensibilidade da questão.