Por John Geddie e Aradhana Aravindan
CINGAPURA (Reuters) - Cinco nações cujos cidadãos morreram quando um avião de carreira foi abatido pelo Irã na semana passada se reunirão em Londres na quinta-feira para debater uma possível ação legal, disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia à Reuters.
Falando nos bastidores de uma visita oficial a Cingapura nesta segunda-feira, Vadym Prystaiko disse que os países também debaterão uma indenização e a investigação do incidente. Todas as 176 pessoas a bordo do voo morreram na queda de quarta-feira, ocorrida minutos depois de o avião decolar de um aeroporto de Teerã.
Prystaiko disse que as insinuações iranianas de que a aeronave da Ukrainian International Airlines foi abatida por estar voando perto de uma base militar sigilosa em um momento de tensões elevadas “não fazem sentido” e que Teerã concordou em entregar as caixas pretas do avião para Kiev investigar.
“Criamos este grupo de ministros das Relações Exteriores das nações enlutadas. Em 16 de janeiro, nós nos encontraremos em pessoa em Londres para debater as maneiras, inclusive legais, como levaremos isso adiante, como os processaremos (Irã)”, explicou Prystaiko.
Ele disse que as cinco nações incluem o Canadá —que tinha ao menos 57 detentores de passaportes no voo derrubado— Suécia, Afeganistão e um quinto país que ele não identificou. O Canadá já havia dito que estes quatro países e o Reino Unido estabeleceram um grupo de coordenação para apoiar as famílias das vítimas.
Muitos a bordo eram iranianos com dupla cidadania.
Após dias negando, o Irã admitiu no sábado que seus militares derrubaram o avião devido a um “erro desastroso”. Prystaiko disse que a Ucrânia não foi informada pelo Irã de que este assumiria a responsabilidade antes do anúncio público.
Teerã disse que suas defesas aéreas foram disparadas por engano por estarem em alerta na esteira de ataques de mísseis iranianos a alvos dos Estados Unidos no Iraque, e que o avião de passageiros foi confundido com um “alvo hostil” depois de virar na direção de uma base militar sigilosa da Guarda Revolucionária de elite próxima de Teerã.
“Isto não faz sentido, porque nosso avião foi registrado e confirmado —estava voando dentro da rota internacional que foi dada pelos despachantes... nada foi extraordinário”, disse Prystaiko, acrescentando que investigadores disseram que as últimas palavras do piloto foram “está tudo bem a bordo e estou alterando para piloto automático”.
A Guarda Revolucionária pediu desculpas à nação e assumiu plena responsabilidade, um gesto raro. O comandante sênior Amirali Hajizadeh disse ter informado as autoridades iranianas sobre o ataque acidental na quarta-feira, um comentário que provocou dúvidas sobre a razão de as autoridades terem negado a culpa durante tanto tempo.