Por Phil Stewart e Idrees Ali
WASHINGTON (Reuters) - Um ex-oficial da inteligência militar dos Estados Unidos divulgou uma carta nesta segunda-feira em que explicou aos seus colegas da Agência de Inteligência de Defesa (DIA, na sigla em inglês) que seu pedido de demissão em novembro foi motivado por “injúria moral” decorrente do apoio dos EUA à guerra de Israel em Gaza e os danos causados aos palestinos.
Harrison Mann, um major do Exército, seria o primeiro funcionário da DIA a renunciar por causa do apoio dos EUA a Israel. Um aviador norte-americano ateou fogo em si mesmo e morreu em fevereiro no lado de fora da embaixada de Israel em Washington e outros militares já protestaram.
Mann afirmou que ficou quieto sobre os motivos do seu pedido demissão durante meses por medo.
“Eu tinha medo. Medo de violar nossas normas profissionais. Medo de decepcionar oficiais que respeito. Medo que vocês se sentissem traídos. Tenho certeza que alguns se sentirão assim lendo isto”, escreveu Mann, em uma carta compartilhada com colegas no mês passado e publicada nesta segunda-feira em seu perfil no LinkedIn.
A Agência de Inteligência de Defesa não respondeu ao pedido por comentários.
O caso de Mann é diferente de outras autoridades do governo dos EUA, incluindo várias do Departamento de Estado, que criticaram publicamente a política norte-americana quando se demitiram, em vez de esperar meses para explicar a saída.
Mann afirmou que sentiu vergonha e culpa por ajudar os EUA em ações que, segundo ele, contribuíram para o assassinato em massa dos palestinos.
“Em algum momento -- qualquer que seja a justificativa -- ou você está avançando uma política que permite a fome em massa de crianças ou não está”, escreveu Mann.
(Reportagem de Phil Stewart)