Por Jeffrey Heller
JERUSALÉM (Reuters) - Um ex-porta-voz do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, assinou um acordo para ser testemunha do Estado em um dos casos de corrupção envolvendo o líder, informou o Ministério da Justiça nesta segunda-feira.
A notícia eclipsou o encontro que Netanyahu, o político israelense mais influente de sua geração, teve nesta segunda-feira com o presidente norte-americano, Donald Trump, em Washington.
O desdobramento foi descrito por grande parte da mídia israelense como uma reviravolta dramática contra o premiê, que está em seu quarto mandato e negou qualquer irregularidade em uma série de inquéritos sobre corrupção que ameaçam sua sobrevivência política.
"Na noite passada um acordo de testemunha do Estado foi assinado entre as Divisões de Investigações, Inteligência e Monitoramento Comercial da Agência de Apólices de Israel e a Unidade de Crimes Econômicos da Polícia Nacional de Israel... e Nir Hefetz", disse um comunicado da polícia divulgado pelo Ministério da Justiça.
Hefetz é um dos suspeitos de um caso envolvendo supostos favores regulatórios concedidos à maior empresa israelense de telecomunicações. Não foi possível contatar um advogado do ex-porta-voz para obter comentários sobre o acordo com o Estado.
Uma fonte próxima de Netanyahu minimizou o acordo. "A corrida constante por testemunhas do Estado é a melhor prova de que (as autoridades) não têm nada – e não terão nada".
Na sexta-feira a polícia israelense interrogou Netanyahu e sua esposa, Sara, pela primeira vez na investigação que implica a empresa de telecomunicações Bezeq.