LIMA (Reuters) - O ex-presidente peruano Alan García entrou na embaixada do Uruguai e pediu asilo horas depois de ser proibido de deixar o país por estar sendo investigado por corrupção, informou o Ministério das Relações Exteriores do Peru no domingo.
García ingressou na embaixada e lar do embaixador uruguaio, situada em um bairro residencial de Lima, na noite de sábado e solicitou asilo, segundo um comunicado da chancelaria.
García "pediu asilo daquele país, de acordo com as cláusulas da Convenção de Asilo Diplomático de 1954, da qual Peru e Uruguai são partes", disse o ministério, acrescentando que o pedido "deveria ser avaliado pelo governo do Uruguai".
Funcionários da embaixada uruguaia não responderam de imediato a pedidos de comentário.
O pedido de asilo de García veio horas depois de um juiz decidir, no sábado, proibir o ex-presidente de sair de seu país durante 18 meses enquanto é investigado devido a supostas propinas recebidas durante a construção de obras para um trem elétrico em Lima, a cargo da empreiteira brasileira Odebrecht.
García, que mora a maior parte do tempo na Espanha, chegou a Lima na quinta-feira para depor a um procurador, que adiou a audiência e pediu que o ex-líder seja impedido de partir.
O procurador do caso, José Perez, também acusou García de receber 100 mil dólares para participar de uma conferência no Brasil e disse que o dinheiro provavelmente veio de um fundo da Odebrecht, usado para pagar propinas em vários países latino-americanos.
O escândalo de corrupção da Odebrecht implicou dezenas de autoridades de alto escalão de toda a América Latina, que foram acusadas de receber suborno em troca de contratos de obras públicas.
(Por Marco Aquino)